segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Escola

O mundo é uma engrenagem antiga.
Velha carcaça, que metamorfoseia 
em seus vãos, as sementeiras. Com 
brotos sensíveis  que germinam em
qualquer ambiente, brotam, mesmo na 
areia!
Engrenagem de segredos, labirintos,
cavernas e caos, mas é mundo !
Engrenagens cujas correntes se cruzam, 
mas não se embaraçam...
Movimenta-se em fantástica harmonia!
Embora, às vezes, carcaça fria, de abrigos 
escondidos pelo gelo das ilusões...
Mesmo assim, brotam sementes de alegrias.
Em caminhadas íngremes ou abismos temidos,
nos fascina, é o mundo!
É engrenagem de inteligência Suprema, uma 
oportunidade de conhecimentos sem fim...
Nosso  mundo  é nossa  escola, é engrenagem 
que direciona nossos destinos, os dentes dessa
engrenagem, freiam as diversas correntes, para
nos dar coragem e nos indicar disciplina!

Mais um sol...

Se  eu conhecesse os caminhos do infinito, 
poderia trazer, quem sabe, mais um sol!
Um novo sol, para aquelas horas de 
solidão que ninguém diz, ninguém mostra...
Traria também, riso novo, jamais visto com
tanta luz!
Buscaria o futuro pela mão, juntaria com ele 
teu olhar, nos sonhos e na fantasia...
Pegaria os raios de sol e
amarraria  fitas douradas em teus cabelos 
delicados e infantis, apagando males, afastando  
qualquer um que  os quisesse acordar...
Vibraria amor em disciplina pura, preparando 
a vida futura, desde o ventre!
Talvez, tudo seria lindo, diferente, sem amarguras,
sem ódios!
Se a razão das razões  tivesse um alcance, clareando 
os sentidos, tudo seria leveza, a própria natureza 
estaria sendo preservada  em harmonia com a
humanidade.
Se eu conhecesse os caminhos, já  os teria explorado!
Do infinito! Trazendo outro sol! Veria germinar em meio
ao deserto, um imenso campo de  eternas flores...mas,
somente posso imaginar esse sol e desejá-lo em  poesia!

sábado, 23 de janeiro de 2016

Sobe e desce...

Muitas alegrias surgidas pelo colorido
de uma cavalgadura de madeira. Uma
visão feliz por uma pintura em movimento.
Um grito forte, de ansiedades e cirandas.
Roda que gira num sobe e desce de serras
imaginárias, agarradas aos cabrestos  de
cordinhas vermelhas, e sorrisos, que chegam
até as orelhas!
Sobe serra, sobe e desce festejando uma bela
tarde de domingo! Um beijo jogado com  
mãos pequeninas, cheias de esperanças...
Como é lindo um carrossel  girando os sonhos
de uma criança !

sábado, 16 de janeiro de 2016

Cada manhã...

Todas as manhãs trazem um alento e renovação.
No canto dos pássaros, no voo das andorinhas,
tudo é alegria e luz. Quando chega o verão as
manhãs são orvalhadas e guardam as impressões
do ontem...do que mais nos marcou.
Quando acordamos para um novo dia, esquecemos as
dores, ou  pelo menos, sentimos que foram amenizadas.
Até o vento matinal é diferente, é limpo e tem   frescor. 
Para cada manhã bastaria seu próprio cuidado, não 
fossem nossas ansiedades e falta de fé,  tudo seria mais
fácil, mais verdadeiro.
Em toda  manhã existe uma magia que faz o sol
brilhar com transparência, faz a transformação dos
nossos medos, em novos inícios, novos desejos de que
a esperança não morra...
Para cada manhã, uma oportunidade única... 

Uma guerra...

O que prevalece no ar após uma guerra...
só o pó das artilharias,  uma trincheira vazia
homens arrasados e também arrastados pelos
mesmos tormentos lado a lado...
Homens que antes rezavam por seus entes, se 
abraçavam docemente, faziam juras e mais ...
O que são hoje, restos de ossos, farrapos!
O que prevalece é o ópio da intolerância, o ódio.
Homens inteligentes, saudáveis, pais... mães!
Todos envolvidos, numa mesma batalha para 
ganhar ou perder o seu tudo, seus ideais...
Obedecem friamente, caminham cegos a destilar
o  engano, do que pensam ser soberanos, do que são
limitados a ser. Covardia, e ao mesmo tempo medo!
Misturados à coragem por algo que nunca de fato
desejaram...e muitas vezes, se quer sabem o real
intento.
Matar pelo simples prazer de ver o sangue correr!
O que prevalece numa guerra, são os interesses de
poucos, a ganância , a vaidade pelo poder...a
opressão. Depois de tudo consumado, ninguém
ganha...apenas por um instante terreno, terão
a sensação de vitória...é tudo tão passageiro...

Lua cheia...

Quando o luar se esconder será breu, estará longe...
O luar ficará em horizontes desconhecidos,
enquanto escuro for o tempo de amar, quando 
não houver um motivo sólido, uma razão
maior de existir...se esconderá!
O luar é velho  companheiro das belas
estrelas...  Na sua fase mais cheia, brilha
para dar sentido ao olhar cobiçado dos
enamorados...
Onde o luar se esconde, quando há tempo
para amar, tudo fica refletido no espelho das 
águas, memorizados no mar...
O luar se envaidece ao emprestar  clarão 
aos poetas, dando-lhes inspiração... E as
noites, se alongam, lampejando em abraços o
que precisa se eternizar. O breu será sempre
quebrado pela luz da esperança.
Outro dia virá!
O velho e antigo luar, adormecerá todas as vezes
em que for tempo de sonhar...e brilhará mais alto  
ao acordar! Prateando as madrugadas! Não será 
mais longe o seu lugar, estará íntimo às nossas 
janelas e  nossas estradas, alumiará!

domingo, 3 de janeiro de 2016

Tinta sobre o papel...

Ao escrever o que  é diferente, algo bom 
que não melindre, exercitamos fé...
Podemos  fornecer viagens e arte. A luz
em meio a paisagens, nas letras,  feito 
patinação no gelo, um balé, numa onda...
Num ziguezague  de  voo suave, esticamos
linhas com pontos finais ou não.
Infinitamente  sopramos ideias por caminhos
desconhecidos, imaginados ou escondidos.
Num vácuo que não se viu, que não foi lido.
Escrever como se passeássemos por folhas
em branco, de brancas nuvens, surgidas de 
repente em céu de brigadeiro. Num olhar absorto,
um pensamento torto, um vazio inexplicável...
Um respirar de flores, lágrimas de amores!
Escrever  segurando-se aos laços dos movimentos
da caneta, entre a tinta e o papel, numa vontade 
imensa de dizer coisas bonitas, infinitas para que
os sorrisos permaneçam, afastando  maldades...
Uma vontade de repartir sabores, novos tons para 
novas cores...Um som que range de mansinho a 
quebrar os silêncios de horas intermináveis de 
sonhos ...de céu, de saudades!