sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Tempos atrás ...

Sentávamos  todos à porta, nos degraus , nas calçadas,
Livres! Livres com alegrias e por todos os lados
risadas ...
Pulávamos poças de água, barquinhos de papel!
Muita lama, muito grude!
Uma rodada de pião, a mula-manca, uma corrida, vaga-lumes!
Um beijo e abraço ou aperto de mão... passa-anel!
Capuchetas de  jornal, pipas, rabiolas de tirinhas, linhas,
sem o  maldoso cerol, fazendo graça sob o sol!
Haviam guerras de mamonas e disputas de figurinhas...
Stop..dois...ou...um!
O jogo de dama, a festa de São João...reuniões no quintal
combinando explorações, curiosidades marcadas em muitos
corações!
Quando crianças,sentávamos nos degraus dos comércios, nas
ruas até a noitinha...sem medo!
Remedávamos a mãe e em seguida, arrependidos, pedíamos
"clemência!"
Eram risadas que brotavam nas bocas da inocência, apanhávamos
assim mesmo ! Minutos depois...um abraço, um carinho, um prato
saboroso e uma doce voz..."Vem,filho! Vem logo fazer seu
lanchinho!"

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Por todos ...

Se a vida imperar poderemos sonhar mais...
Saberemos que a poesia não morrerá, ao 
contrário, brotará em flores mil, em acalantos
 vibrantes nas canções...
O azul de anil não será grito de dor em mar 
aberto num rastro de fuga,causado pelo egoísmo.
A luz brilhará de qualquer jeito,feito grande 
explosão de amor no peito!
Brilhará pelas causas justas, aos insatisfeitos 
pela fome... Brilhará!
Na certeza dos nascimentos de olhares infantis, 
para um novo mundo, sem rejeições...
Se a vida imperar em todos os pontos, as madrugadas 
frias, serão mornas e cheias de esperanças!
"Amemo-nos uns aos outros"! Como crianças que se 
abraçam e se eternizam na multidão, gravando suas
memórias de paz para o futuro.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Uma farra...

O vento farreia em roda, farreia com as folhas 
secas e as joga para o chão!
O vento roda em moinhos, contrastando no
espelho das águas em mansidão...
Quanta farra faz o vento fagueiro, num pé de 
limoeiro!
E vem  beija-flor, e vem sabiá, o vento batendo 
entre as plantas , pra lá e pra cá...
O vento girando levanta a poeira, como que
anunciando nova sementeira...
E vem farreando com as cascas das frutas, com 
as bananeiras, explorando o perfume da flor-de-
laranjeira!
Faz algazarra na calha da casa, apavorando o gato 
no telhado e espantando as abelhas...
E vem tempestade! É chuva que limpa,e lama vermelha!
E vem novo sol, que seca e aquece...
E tem borboletas de todas as cores, falando de amores 
de luzes e paz...
E trazem saudades de ternura e lembranças que
invadem o coração...